A Chapecoense começa a escrever um novo capítulo na Copa Sul-Americana a partir desta quarta-feira. Será a terceira vez do Verdão na competição continental. E não há dúvida de que a estreia diante do Defensa y Justicia, às 19h15min, na Argentina, trará à tona lembranças de muitas alegrias e tristezas.
Os momentos felizes remetem ao primeiro jogo internacional do clube, com empate no Paraguai, contra o Libertad, com um jogador a menos, em 2015. No mesmo ano, a Chapecoense venceu o River Plate por 2 a 1 na Arena Condá, com bola na trave no fim do jogo. É uma boa recordação, apesar da eliminação para os argentinos.
No ano seguinte, teve a virada heroica contra o Cuiabá com dois gols de Bruno Rangel, no segundo tempo. Chuva de gols sobre o colombiano Junior Barranquilla no campo encharcado da Arena Condá, vitória sobre o Independiente nos pênaltis e classificação para a final com defesa milagrosa de Danilo nos minutos finais diante do San Lorenzo.
Mas aí veio a tristeza. Muita tristeza. Quase insuportável. A delegação com jogadores, dirigentes, jornalistas e convidados caiu a poucos quilômetros de Medellín, onde o clube faria a final contra o Atlético Nacional, no dia 28 de novembro. Foram 71 vítimas. O Atlético Nacional abriu mão da disputa do título em favor da Chapecoense, que hoje inicia a luta pelo bicampeonato.
Elo entre os dois times
Um dos jogadores do grupo atual viveu tudo isso de perto. O meia Nenén é o mais antigo atleta do grupo. Atuou na vitória sobre o River Plate em 2015. Mas, no ano passado, não foi relacionado para a trágica viagem. Como poucos, sabe o que a competição representa para o time.
– Significa muito, né. É uma competição que, queira ou não, ficou marcada na nossa história, nas nossas vidas. Mesmo antes de tudo acontecer, já tínhamos uma identidade com um torneio, um carinho muito grande pelos dois anos que disputamos. No primeiro ano, foi uma campanha muito boa. No ano passado, a chegada até a final. Do resto todo mundo sabe, infelizmente. Hoje, novamente estreando nessa competição, a gente espera fazer um grande trabalho, fazer novamente uma grande competição, porque vale muito para nós, para o torcedor, para a cidade. Ela se tornou mais que especial – disse Nenén.
Um dos seis sobreviventes do acidente, o goleiro Jakson Follmann, que agora é embaixador do clube, destaca que a competição representa muito para a Chapecoense.
– Parece que foi ontem que a gente estava estreando na Sul-Americana, fazendo grandes jogos, entrando para a história do clube. A saudade vai ficar até a eternidade – afirmou o goleiro, que no ano passado jogo a primeira partida, contra o Cuiabá.
A Chapecoense conquistou a vaga na Copa Sul-Americana por ter sido terceira colocada em seu grupo na Libertadores. O time catarinense já entra na segunda fase. Para esta partida, não poderá contar com o zagueiro Luiz Otávio, que ainda tem que cumprir um dos três jogos de suspensão, que geraram toda a confusão jurídica e perda de pontos na Libertadores.
FICHA TÉCNICA:
DEFENSA y JUSTICIA: Arias, Barbosa, Delgado e Alvarado; Cardona, Gutierrez, Miranda, Rivero e Bouzat; Stefanelli e Rios. Técnico: Sebástian Beccacece.
CHAPECOENSE: Jandrei, Apodi, Grolli, Fabrício Bruno e Reinaldo; Lucas Mineiro, Andrei Girotto e Luiz Antônio; Rossi, Wellington Paulista e Arthur. Técnico: Vagner Mancini.
Horário: 19h15min desta quarta-feira.
Arbitragem: Diego Haro (Peru).
Local: Estádio Norberto Tomaghello, em Florencio Varela, na Argentina.
Fonte: DIÁRIO CATARINENSE
