Bolsonaro e Fernando Haddad viraram os alvos em debate na TV

  01/10/2018 - 8:47

Uma estratégia uniu no domingo (30) adversários na sucessão presidencial: sete dos oito candidatos, em um debate na TV Record, se posicionaram contra a polarização, indicada pelas pesquisas eleitorais.

Oito candidatos participaram do debate: Álvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede). Jair Bolsonaro (PSL) foi convidado, mas não compareceu por problemas de saúde. Bolsonaro recebeu alta médica no sábado (29), depois de ter levado uma facada na região do abdômen no começo de setembro durante campanha em Minas Gerais.

Em sua maioria, apontaram Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), os mais bem colocados nas pesquisas, como um risco à democracia. Mesmo ausente, Bolsonaro foi lembrado com mais frequência do que em outros debates que ocorreram depois de ser alvo de atentado em Juiz de Fora (MG). Todos fizeram referências às eleitoras, em alusão clara às manifestações do “Ele Não”, organizadas pelas mulheres contra o candidato do PSL.

Bolsonaro

O capitão da reserva foi criticado numa dobradinha entre Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT). Depois, Marina Silva (Rede) associou Bolsonaro a Haddad, e disse que ambos representam projetos autoritários. Haddad foi criticado por Marina e Ciro pela proposta de “criar condições” para convocar uma Assembleia Constituinte, que consta em seu programa de governo.

Marina

Marina fez sua crítica após ser questionada por Ciro sobre a desconfiança levantada por Bolsonaro em relação às eleições . O candidato do PSL declarou, semana passada, que só uma fraude impediria sua vitória nas urnas.

“Temos que enfrentar dois projetos autoritários: aqueles com saudosismo da ditadura, e aqueles que fraudaram a eleição de 2014, como foi o caso da Dilma e do Temer pelo uso da corrupção. O Brasil não precisa ficar entre a espada da corrupção e a cruz do autoritarismo”, disse Marina. A candidata da Rede citou ainda as propostas do PT de controle da mídia e de convocação de uma Assembleia Constituinte: “Isso também é um risco à democracia”.

Ciro e Haddad

No terceiro bloco, foi a vez de Ciro Gomes questionar Haddad sobre a proposta de uma Constituinte. Ciro disse que era preciso que o adversário fosse claro sobre o assunto porque o presidente da República “não tem esse poder”. Haddad recorreu ao ex-presidente Lula.

“Na verdade, a nossa Constituição tem mais de 100 emendas. O presidente Lula era candidato até pouco tempo atrás. Ele imagina uma situação em que nós poderíamos criar as condições para que nós pudéssemos, no futuro, não agora, ter uma constituição mais moderna. Mais enxuta, com princípios e valores bem constituídos. Reequilibrar os poderes da República”.

Deu-se então um embate: “Você não acredita em uma única palavra do que acabou de dizer. Não existe assembleia constituinte convocada pelo presidente da República. E o mais grave: você e eu sabemos bem, e a sociedade brasileira precisa saber, que as constituições nasceram para frear a prepotência dos poderosos. Eu quero seguir a democracia porque é meu compromisso de vida, como eu sei que é o seu. Essas palavras foram postas na sua boca. Porque infelizmente é uma vingança que você está encarregado de fazer. O general Mourão propôs a mesma coisa”.

“Não tem nada a ver. Nossa proposta não prevê conselho de notáveis”, disse Haddad. O pedetista voltou a se apresentar como uma opção para romper a polarização entre Bolsonaro e o PT. “A política brasileira está chafurdando no ódio, e isso atingiu seu apogeu agora. Peço que o povo reflita sobre isso, para que a gente possa unir o Brasil”.

O mesmo fez Geraldo Alckmin (PSDB), que a todo momento fazia referências ao PT e ao candidato do PSL. “Nem o radicalismo do PT, nem o do Bolsonaro. Eles não”.

Dias e Alckmin

Após Ciro Gomes atacar a aliança de Fernando Haddad com Eunício Oliveira no Ceará, o candidato do Podemos à Presidência, Alvaro Dias, se juntou ao pedetista para atacar Haddad. Alvaro Dias citou reportagem da revista IstoÉ que aponta mandos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba, sobre alianças do PT no pleito. “Lá da prisão, em Curitiba, o ex-presidente Lula comanda a campanha do PT com bilhetes e autoriza repasses de recursos.” Haddad pediu direito de resposta, o que foi negado por comissão da emissora.

Durante o debate sobre o tema econômico, em um embate com Ciro Gomes, Geraldo Alckmin prometeu corte de juros com “boa política fiscal” e sem aumentar impostos. O candidato alfinetou o PT e disse que o partido “só fala de Lula e esconde Dilma (Rousseff)”. A afirmação provocou risadas de Ciro.

Em ataque, Alckmin afirmou que Ciro estudou recriar a CPMF (imposto sobre movimentações financeiras, chamado imposto do cheque). O pedetista, entretanto, negou ter cogitado a ideia. O ex-ministro da Fazenda de Michel Temer e candidato do MDB ao Planalto, Henrique Meirelles, também foi confrontado. Alckmin questionou o motivo de o Brasil não ter crescido durante seu período à frente da pasta. Meirelles disse que a economia foi prejudicada pelos confrontos políticos. “O Brasil cresceria mais se não fossem as propostas radicais”, disse o emedebista.

Alvaro Dias (Podemos) também se voltou contra os candidatos do PT e do PSL, dizendo que há uma “marcha da insensatez” na campanha eleitoral e que “a mentira continua sendo uma arma poderosa na boca dos candidatos”. O senador ironizou ainda dois adversários que foram ministros de Lula. “Ciro e Haddad falam como se tivessem sido ministros da Dinamarca. Porque o que eles dizem que fizeram, eu não vi no Brasil”.

Meirelles defendeu entendimento entre os brasileiros “para que não se caia nesse radicalismo” e afirmou que “o ódio não cria empregos, a vingança só cria destruição”.

Cabo Daciolo e Guilherme Boulos

Daciolo foi novamente responsável por momentos cômicos. Repetindo termos como “glória” e “em nome do senhor Jesus”, o deputado “profetizou” que será eleito no primeiro turno, com 51% dos votos. Criticou “essa farsa toda que é o cenário político do nosso país” e prometeu: “Da próxima vez eu vou trazer um óleo de peroba aqui”. Disse ainda que os rivais são “amiguinhos” e agem como se estivessem em um jogo.

Guilherme Boulos (PSOL) reagiu: “Eu não faço parte desse clube de amigos”. O psolista usou a primeira chance de falar para elogiar os atos contra Bolsonaro que ocorreram pelo país no sábado (29). “Primeiramente, ele não”, falou, ecoando o mote do movimento feminino. Para Boulos, as manifestantes deram “show de democracia e de coragem”.

FONTE: O SUL

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